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domingo, 3 de julho de 2011

Família - Philippe Auís

            As iconografias sobre a família somente surgiram nos séculos XVI e XVII. Isso porque no período que transcorreu a Idade Média, os artistas representavam lugares públicos relacionados a atos religiosos, como igrejas. As imagens medievais faziam parte substancialmente do ar livre.
            Ou seja, até o século XV as cenas de interior eram tão raras quanto à concepção de família. As pessoas normalmente eram representadas sozinhas ou em grupos que nada tinham de relação com sua genealogia. Mas a vida privada, distinta desse período, começa a envolver a pintura e a gravura ocidentais no século XVI, ganhando mais força no século seguinte. Foi realmente impressionante a quantidade de imagens que nasceram sobre a família.
            Este inicio de fervor, deu-se com a evolução do que acontecia ainda no século XV. Os doadores das igrejas posavam sozinhos em sinal de devoção. Aos poucos, já no século subseqüente, foram trazendo mulheres/ esposos, filhos, membros vivos ou/e mortos. A partir daí, concomitantemente, a força dos santos padroeiros, protetores da família, e anjos da guarda também ganhou sua importância e destaque. Mas, apesar deste cunho religioso, a iconografia de desligou da sua anterior função religiosa completamente. Quando a remetia, era somente um quadro ou imagem divina atrás das pessoas.
            As pinturas e gravuras da família, antes destinadas à igreja, agora adornavam os interiores particulares. Passaram a ser retratadas numa cena viva e em certos momentos de sua vida quotidiana. A família é colocada no mesmo nível que Deus e o Rei, tamanha a relevância que se concretizou.

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